Virei líder, mas não me sinto líder. E agora?
Chegar a uma posição de liderança pode ser para muita gente o ápice da jornada profissional.
Um marco desejado, um sinal de crescimento, de reconhecimento.
Liderar pessoas, contribuir para o desenvolvimento de outros, fazer a diferença, com o tempo e o acúmulo de experiências, esse lugar parece uma consequência natural, mas quando finalmente “chegamos lá”, percebemos que o “lá” não é exatamente como imaginávamos.
O cargo pode até ter mudado, o crachá agora carrega um novo título, mas na realidade, algo não encaixa. É aí que percebemos que liderança, no fim das contas, não é um cargo.
E não é por falta de competência que muitos líderes se sentem assim. Eles chegam neste lugar por sua capacidade técnica, pela entrega acima da média e pela aptidão de resolver inúmeros problemas.
Só que liderar é outro jogo.
É ali, no cotidiano, que vem o estranhamento. É no dia a dia que a ficha cai: gerar resultado com e através de pessoas exige outro tipo de preparação.
E então se abre um vácuo. Um espaço entre o que se espera da liderança e o que, de fato, ela consegue entregar.
Então começam os problemas…
O time não reconhece o papel da liderança, a empresa não dá tanto apoio, o RH se sobrecarrega por demandas que o líder não consegue solucionar, surje a complexidade em ter que lidar com pressão, diversidade de perfis, emoções, conflitos, cobranças… É muita coisa!
Até que a liderança vai se tornando um lugar cada vez mais solitário.
E aí surge a pergunta que vem internamente, mas que poucos têm coragem de verbalizar:
“Virei líder, mas por que não me sinto como um?”
No meio disso tudo, os resultados precisam aparecer.
As reuniões se acumulam. As exigências não param. Em alguns casos, até a cultura da empresa (hierárquica, rígida ou desconectada) torna tudo ainda mais difícil.
E agora?
Talvez a grande questão esteja nessa ideia de liderança que vendemos e compramos por tanto tempo.
Projetamos uma liderança idealizada: inspiradora, carismática, que tem todas as respostas e entrega tudo, todos os dias.
Só que, ao tentar alcançar esse ideal, o que nos desconecta da liderança real não é a falta de competência, mas essa expectativa irreal do que deveríamos ser.
Porque liderar não nasce de um ideal.
Liderar nasce da habilidade de lidar com a complexidade que o dia dia nos apresenta, com consciência.
Um caminho para essa questão é: começarmos a construir a nossa visão do que é ser líder. Sim, mas não com base em um ideal de um “super” líder, mas a partir da realidade que você vive hoje.
Olhe para o seu contexto, para as necessidades da sua organização e para as mudanças que você já pode impulsionar com as competências que tem agora.
Assuma a liderança dos papéis que já ocupa.
Quais comportamentos você pode colocar em prática? Que ferramentas você pode melhorar para aprender a desenvolver pessoas? Como pode contribuir, desde já, para o crescimento de quem está ao seu redor?
Por isso, em vez de desenvolver “líderes perfeitos”, acreditamos em formar líderes mais conscientes, a partir de seus contextos reais.
Em nossas jornadas de liderança em grandes organizações, nós instrumentalizamos os líderes. Criamos espaços de aplicação prática, onde a liderança sai do lugar de conhecimento, e se torna prática.
Porque, nesse lugar, o que te falta não é competência. É contexto. É repertório. É prática. E nós podemos te ajudar a lidar com esses fatores.
Não espere que o crachá traga a segurança para você se sentir líder.
Você já se tornou líder.
Agora é hora de tornar isso verdade também por dentro.
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Quer aprofundar essa conversa?
No episódio mais recente do Atma Talks, Eduardo Afonso recebe Ricardo Oréfice, sócio e ombudsman do Itaú Unibanco, onde falam da parceria entre a Atma Genus e o Itaú em desenvolver mais de 10 mil líderes, no maior treinamento de líderes já realizado na América Latina.
Uma conversa sobre o que significa liderar hoje e para o futuro, fora dos manuais,mas dentro da complexidade que a realidade nos exige.
Se a liderança te parece confusa e complexa, esse episódio pode ser um começo para você repensá-la de um outro jeito.